terça-feira, 29 de junho de 2010

MÚSICA: TRANSCENDENDO OS LIMITES CULTURAIS




SWANWICK, Keith. Música como cultura: o espaço intermediário. In: Ensinando música musicalmente. Tradução de Alda Oliveira e Cristina Tourino. São Paulo: Moderna, 2003. p. 37-55.

Apresentação do autor:



Keith Swanwick é educador musical, professor do Instituto de Educação da Universidade de Londres, foi o primeiro professor titular de Educação Musical e diretor de pesquisa na Europa. Formou-se no Royal Academy of Music, onde estudou trombone, piano, órgão, composição e regência. Foi editor do British Journal of Music Education, chefe do Music Education Council (Inglaterra); professor visitante na University of Washington e professor conselheiro no Institute of Education de Hong Kong. Seus compromissos internacionais incluem encontros e palestras na Nova Zelândia, Austrália, Finlândia, Suécia, Noruega, Holanda, Espanha, Chipre, Canadá, Singapura, Islândia, Estados Unidos, Brasil, Portugal e Jamaica.

Resumo e crítica referente à obra:



Swanwick (2003) em seu texto “Música como cultura: o espaço intermediário”, faz uma crítica em relação à restrição cultural imposta por educadores e instituições de ensino frente à música. O texto é divido em seis partes: uma breve introdução e mais 5 tópicos denominados “Todos nós temos um sotaque”, “O espaço intermediário”, “O foco na educação musical”, “Signos e símbolos” e “A subcultura da música escolar”.


Na introdução, o autor faz uma breve contextualização da música nos vários tipos de cultura, comparando nossa terra natal à nossa cultura musical predominante. Devemos dar destaque não somente à nossa cultura adquirida ao longo dos anos, mas também à vastidão existente nesse mundo afora.


No 1º tópico o autor nos traz uma definição metafórica brilhante de sotaques no meio musical. O sotaque é visto como uma linguagem musical em determinado contexto social. Uma banda de rock se expressa, isto é, traduz sua expressão artística de forma diferente de uma orquestra sinfônica. Cada um tem sua cultura determinante e seu processo de estudo inerente ao estilo que contempla e reproduz.


No tópico 2 referente ao espaço intermediário, há uma argumentação sobre a música como meio de reflexão e não meramente uma expressão de papéis ou prescrições estáticas e restritas à uma vertente. A música vai além do fazer, transcende além dos espaços meramente padronizados, indo além do horizonte da criação. Não traduzimos a música para o ambiente apenas por questão cultural e/ou física e sim por reflexão crítica do que fazemos, queremos, contemplamos. Uma formação musical ocorre não apenas no espaço na qual ela foi criada, pode ser praticada em diversos contextos sociais.


Já no 3º tópico “O foco na educação musical”, retrata a música como uma forma de comprometimento com as culturas e o diálogo entre elas para consequentemente legar uma geração de músicos mais reflexivos e abertos à mudança. A música deve ser contextualizada, sendo que a educação musical deve incluir o aprender a fazer musicalmente.


O item relacionado aos signos e símbolos trata de suas definições e relações com o mundo da música. Os signos expressam a musicalidade quando expressam algo ou são provocativos de alguma reação. Possuem desta forma representações metafóricas e de comunicação restritas, limitadas. Já os símbolos, representam tanto a transmissão como a transformação cultural, isto é, são passíveis de mudanças, reflexões.


A “Subcultura da música escolar” pode ser pobre musicalmente e ainda não ter autenticidade em sua consecução. Desta forma, a subcultura nos coloca frente a um espaço formal formados por grupos caracterizados por seu foco educacional. Mas, na verdade para se ter uma educação musical efetiva e eficaz, é necessário que se preze a qualidade do comprometimento musical., devendo utilizar de formas vivas e ricas, não limitando a apenas uma função social.


Ser intérprete, neste caso, é expressar aquilo que os signos e símbolos apresentam de modo a interpretar e ir além da técnica, traduzir a música em ação reflexiva, contemplativa e exploradora de novas culturas, sensações e perspectivas. Não basta apenas ler a obra, ou reler, e sim buscar do íntimo o modo como executar e transpor os signos e símbolos musicais.


Nesta perspectiva, a educação musical entra como uma ferramenta primordial não somente na transmissão de conhecimentos, mas um aliado na construção dialética e reflexiva da práxis musical. Tal disciplina deve contemplar as distintas faces da música abrindo espaço à novas idéias e transcendendo culturas na teorização e prática musical. A música é tanto importante à composição de ambientes, aflorar de idéias, sensações, emoções, como também um meio de discutir a práxis da musicalidade.

2 comentários:

  1. Muito bom o texto!Obrigado,me ajudou bastante!

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