terça-feira, 29 de junho de 2010

Música e Educação Especial


A educação especial vem assegurar recursos e serviços educacionais especiais organizados para apoiar, complementar e em alguns casos substituir serviços educacionais, de forma a garantir a educação escolar e promover o desenvolvimento de potencialidades das pessoas que apresentam necessidades educacionais especiais.

É importante reconhecer e respeitar as diferenças, fazendo as adaptações necessárias aos materiais musicais a serem utilizados, a fim de facilitar a inclusão destes alunos com necessidades especiais.

O educador deve agir de maneira a incluí-lo no processo, estimulando-o e proporcionando um ambiente de amor e respeito, tendo inclusive paciência no ensinar. O professor deverá conhecer bem o seu aluno, suas habilidades e dificuldades, de maneira a efetivar meios para que seu aluno possa vencer suas barreiras e limitações. As atividades devem ser cuidadosamente planejadas e adequadas às características e limites de cada um de seus alunos, devendo haver flexibilidade nos procedimentos, de forma a poder fazer modificações e adaptações quando necessárias. Procurar alternativas motivadoras na prática pedagógica, ser criativa, a escuta e a observação são muito importantes. O ensino-aprendizagem deve ser desenvolvido de forma lúdica e dinâmica, pois isto impulsiona a criança desenvolver as atividades propostas. Um ambiente acolhedor, seguro, uma rotina organizada e já pré-estabelecida são igualmente importantes para o trabalho com indivíduos com necessidades especiais. Além disso, a interação social deve ser estimulada.

A música está presente no dia a dia do ser humano, sendo de grande importância para o seu desenvolvimento físico, intelectual e social, proporcionando-lhe uma melhor qualidade de vida. É uma poderosa aliada educacional e um estímulo para o aprendizado. Os jogos são vistos como atividades que favorecem a participação em aula, a melhora da auto-estima, formalização de símbolos e conceitos. Movimentos associados à música podem contribuir para a melhora da coordenação motora e tônus muscular; deficiências na linguagem podem ser melhoradas através de canções, parlendas e trava-línguas; a capacidade auditiva, intelectual e o desenvolvimento da memória podem ser desenvolvidos através de exercícios rítmicos e melódicos. Deve-se explorar ao máximo os aspectos musicais, as instruções devem ser sempre claras e objetivas, o instrumento adequado às capacidades de cada criança e as atividades devem ser diversificadas atendendo as necessidades de cada um.

Todos os alunos podem conviver, aprender e participar da comunidade escolar e social. As diferenças devem ser respeitadas e a diversidade é uma característica natural, que fortalece as relações e enriquece as experiências pedagógicas. Existem grandes diversidades, especialmente centradas no âmbito educacional. Quando focalizamos a área da educação especial, a diversidade assinalada centra-se nos educandos que podem apresentar, em caráter temporário ou permanente, algumas características como dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitações no processo de desenvolvimento, que dificultem o acompanhamento das atividades curriculares (vinculadas ou não a causas orgânicas específicas ou relacionadas a condições, disfunções, limitações ou deficiências), dificuldades de comunicação e sinalização diferenciadas dos demais alunos (deficiências sensoriais), dentre outras.

A postura dos governos de assumir a educação dessas crianças, sendo encaminhadas ao ensino regular é uma das formas mais eficazes de se combater o preconceito. Para se atender uma criança com necessidades especiais o professor deve primeiramente acreditar que essas diferenças existem e que devem ser respeitadas, para posteriormente transpor esse respeito aos seus educandos, além de procurar meios específicos que auxiliem no aprendizado, como por exemplo, a utilização de equipamentos e materiais pedagógicos que facilitem o aprendizado e desenvolvimento desta.

A educação, de uma maneira geral, desempenha uma função de integração, preparando a criança para sua inserção na sociedade e sua futura atividade profissional. A música constitui-se numa ferramenta de interação, socialização e principalmente educação, entre os portadores de necessidades especiais com a comunidade escolar, a família e os próprios alunos, assim como também entre as crianças normais, devendo ser portanto trabalhada efetivamente com todos.

Referências Bibliográficas

JOLY, Ilza Zenker Leme. Música e Educação Especial: uma possibilidade concreta para promover o desenvolvimento de indivíduos. Revista do Centro de Educação. Santa Maria (RS), v.28, n.2, 2003. Disponível em: Acesso em: 10/06/2008

JOLY, Ilza Zenker Leme. Música para todos. São Carlos, s.d. Disponível em: Acesso em: 10/06/2008

SOARES, Lisbeth. Música e deficiência: propostas pedagógicas para uma prática inclusiva. Revista Brasileira de Educação Especial. Marília (SP), v.12, n.3., set./dez 2006. Disponível em: Acesso em: 10/06/2008

SOARES, Lisbeth. Atividades musicais na escola especial. Disponível em: Acesso em: 10/06/2008

Reflexão sobre a influência de Montessori, Comenius, Rousseau, Pestalozzi e Froebel na educação


Maria Montessori (1870-1952), foi uma educadora que se destacou pela criação e desenvolvimento de um método educacional e materiais didáticos que inovaram a educação. Sua proposta se baseia na construção do conhecimento centrada no aluno e não no professor, sendo este último apenas um facilitador do conhecimento, observador e estimulador da aprendizagem. O objetivo de seu método é despertar o interesse na criança, através de atividades e materiais pedagógicos que despertem o gosto e o prazer da criança no processo de aprendizagem. A criança é estimulada a agir com liberdade e criatividade e o material adotado possibilita desenvolver na criança o impulso interior que se manifesta no trabalho espontâneo do intelecto. As atividades com os diferentes materiais pedagógicos preconizados por este método possibilitam o desenvolvimento da criança em diversas áreas e faculdades mentais, tais como: inteligência, imaginação criadora, independência biológica, capacidade de iniciativa, raciocínio lógico e matemático, concentração, sensorialidade, coordenação motora, leitura e escrita. Logo, concluímos que seu método procura promover o desenvolvimento da criança em sua totalidade, prezando não apenas aspectos intelectuais.
Jan Amos Comenius, (1592-1670) foi um dos maiores educadores do século XVII, considerado o fundador da Didática Moderna. Educação para todos, abolição de castigos, escola humanista e ativa, aprendizagem global e estimulante, partindo do interesse e da observação - todas estas foram idéias primeiramente teorizadas por Comenius. Defendia a escola como sendo um local primordial na educação do homem, e tinha como princípios a colocação do homem na sociedade como sujeito ativo, e não passivo. Faz uma ligação com ensino, moral e religião. Para Comenius, a melhoria da sociedade está alicerçada no desenvolvimento e disponibilização dos conhecimentos a todos. Se preocupava também com a educação formal de crianças, divulgando a necessidade da criação de escolas maternais. Segundo ele, a aprendizagem se inicia pelos sentidos, sendo que as experiências sensoriais com os objetos são internalizadas e posteriormente, interpretadas pela razão. O método didático proposto por este educador baseia-se em três elementos: compreensão, retenção e práticas, correspondendo a três faculdades, intelecto, vontade e memória.
Jean Jacques Rousseau (1712-1778), foi uma das figuras marcantes do Iluminismo francês. Propôs a liberação do indivíduo, a exaltação da natureza e da atividade criadora e a rebelião contra o formalismo e a civilização. Seu pensamento político estava baseado na idéia da bondade natural do homem. Um dos instrumentos essenciais de sua pedagogia é o da educação natural: voltar a unir natureza e humanidade. A família vista é outro dos elementos centrais de sua pedagogia. De acordo com Rousseau, a educação deveria levar o homem a agir por interesses naturais e não por imposição de regras exteriores e artificiais. Para ele, o homem não se constitui apenas de intelecto, estando presentes também as emoções, os sentidos e os instintos. Rosseau afirmava que a criança deve ser tratada como criança, por isso, a educação deve respeitar a natureza de criança, devendo ser um processo natural e não artificial.
João Pestalozzi (1746-1827) foi um grande educador, adepto da educação pública, que pôs em prática as idéias de Rosseau. Pestalozzi incorporou o afeto à pedagogia, e segundo ele, os sentimentos tinham o poder de despertar o processo de aprendizagem autônoma na criança. Acreditava no aperfeiçoamento e mudança na condição de vida do indivíduo através da educação. A melhor instituição de educação, tendo base para a formação política, moral e religiosa, segundo Pestalozzi era o lar. Para ele, a criança deve ser educada de maneira gradativa, proporcional ao seu desenvolvimento e a educação sensorial é fundamental. O objetivo final do aprendizado deveria ser uma formação intelectual, física e moral. E o método de estudo deveria reduzir-se a seus três elementos mais simples: som, forma e número. Só depois da percepção viria a linguagem. Também defendia a formação específica para os professores.
Frederich Froebel (1782-1852) afirmava que o educando deve ser tratado com liberdade, compreensão e respeito. Para ele, a educação deve basear-se na evolução natural das atividades da criança e o ensino deve buscar a experiência e a prática. Sua proposta pedagógica é caracterizada pela utilização do lúdico no processo de aprendizagem da criança. Froebel foi o primeiro educador a enfatizar o brinquedo, a atividade lúdica, a aprender o significado da família nas relações humanas. Idealizou recursos sistematizados para as crianças se expressarem: blocos de construção que eram utilizados pelas crianças em suas atividades criadoras, papel, papelão, argila e serragem. O desenho e as atividades que envolvem o movimento e os ritmos eram muito importantes. Para a criança se conhecer, o primeiro passo seria chamar a atenção para os membros de seu próprio corpo, para depois chegar aos movimentos das partes do corpo. Valorizava também a utilização de histórias, mitos, lendas, contos de fadas e fábulas, assim como as excursões e o contato com a natureza; músicas que orientam a rotina escolar (entrada, saída, recreio, lanche, entre outras), rodinha de conversa, brincadeiras ao ar livre, atividades de colagem a partir de figuras geométricas e modelagem. Essas são algumas atividades que seguem a linha froebiana de aprendizagem.

Como podemos observar, embora cada pedagogo e educador analisado apresentam formas próprias de conceber a educação de maneira geral, compartilham também certas concepções e ações. Estas, revolucionaram a educação de maneira geral e por fim, a própria educação musical. Isto pode ser explicado pelo fato de que suas propostas e práticas pedagógicas são sustentadas por conhecimentos referentes tanto à área da música quanto à educação. As práticas propostas por estes pedagogos e educadores são necessários tanto na educação de uma maneira geral, quanto na área da educação musical, onde podemos verificar o desenvolvimento do indivíduo de maneira integralizada. Aspectos preconizados por estes educadores que devemos ressaltar como importantes e que influenciaram a educação de uma maneira geral são: respeito quanto aos mecanismos evolutivos da criança; desenvolvimento integral da criança, não se prendendo somente ao aspecto intelectual, mas também afetivo, físico e moral; a prática e a vivência em determinado aspecto a ser trabalhado, antes da introdução de qualquer linguagem ou conceito; favorecer a criatividade, liberdade e tornar o aprendizado interessante, de maneira que estimule a criança na arte de aprender; aliança entre a família e a escola; a educação vista como um processo natural e não apenas imposta com rígidas regras; incorporação do afeto à pedagogia e o educando é um sujeito ativo também no processo de aprendizagem, e não apenas passivo, como na pedagogia tradicional, onde o professor é o dono da verdade e apenas repassa o conhecimento ao aluno.
Com relação à educação musical, foi influenciada como um todo, de forma específica, pois mesmo a música sendo um domínio especializado, fundamenta-se em conhecimentos derivados do campo da educação. Dentre as propostas preconizadas por estes educadores, ressaltamos não apenas aquelas já citadas anteriormente, que influenciaram profundamente a educação de maneira geral, mas também a utilização do lúdico no processo de aprendizagem; atividades que envolvem o movimento e os ritmos, como podemos verificar na proposta de Froebel; utilização de histórias, fábulas, músicas, brincadeiras ao ar livre; atividades e materiais que despertem o gosto e o prazer no processo de aprendizagem; estímulo à liberdade e criatividade e aprendizagem partindo de experiências sensoriais. Estas são algumas das propostas que influenciaram a educação musical de maneira específica e contribuiu por revolucionar o processo de ensino-aprendizagem, destacando para o fato de que a experiência deve vir em primeiro lugar antes da utilização de símbolos e conceitos, tudo deve ser vivenciado antes. E ainda, o educador passa a ser um facilitador do conhecimento, encorajando os alunos a descobrirem princípios por si próprios através da vivência e da prática, agindo sempre de maneira a estimular seus alunos neste processo ensino–aprendizagem.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS



MONTESSORI. Centro de Referência Educacional. Consultoria e Assessoria em Educação. s.d. Disponível em: Acesso em: 21/05/2008

EDUCAÇÃO GERAL. Centro de Referência Educacional. Consultoria e Assessoria em Educação. s.d. Disponível em:
Acesso em: 21/05/2008

NASCIMENTO, Cristiane Valéria Furtado; MORAES, Márcia Andréa Soares. Montessori e as “casas das crianças”. s.d. Disponível em: Acesso em: 22/05/2008

OLIVEIRA, Bernardo Jefferson de. A ciência nas utopias de Campanella, Bacon, Comenius, e Glanvill. Kriterion: Revista de Filosofia, Belo Horizonte, v.43, n.106, dez. 2002 Disponível em: Acesso em: 22/05/2008

SILVA, Aparecida Rosário de Oliveira. Galeria dos grandes mestres. Prefeitura Municipal de Uberaba. Secretaria Municipal de Educação e Cultura. s.d. Disponível em: Acesso em: 22/05/2008

COMENIUS: Leves pinceladas biográficas. Centro de Referência Educacional. Consultoria e Assessoria em Educação. s.d. Disponível em: Acesso em: 21/05/2008

ROSSEAU. Centro de Referência Educacional. Consultoria e Assessoria em Educação. s.d. Disponível em: Acesso em: 21/05/2008

NASCIMENTO, Cristiane Valéria Furtado; MORAES, Márcia Andréa Soares. Pestalozzi e os fundamentos psicológicos da educação. s.d. Disponível em: Acesso em: 22/05/2008

BARROS, Gilda Naécia Maciel. Rosseau e a questão da cidadania. s.d. Disponível em: Acesso em: 21/05/2008

PESTALOZZI. Centro de Referência Educacional. Consultoria e Assessoria em Educação. s.d. Disponível em: Acesso em: 21/05/2008

MÚSICA: TRANSCENDENDO OS LIMITES CULTURAIS




SWANWICK, Keith. Música como cultura: o espaço intermediário. In: Ensinando música musicalmente. Tradução de Alda Oliveira e Cristina Tourino. São Paulo: Moderna, 2003. p. 37-55.

Apresentação do autor:



Keith Swanwick é educador musical, professor do Instituto de Educação da Universidade de Londres, foi o primeiro professor titular de Educação Musical e diretor de pesquisa na Europa. Formou-se no Royal Academy of Music, onde estudou trombone, piano, órgão, composição e regência. Foi editor do British Journal of Music Education, chefe do Music Education Council (Inglaterra); professor visitante na University of Washington e professor conselheiro no Institute of Education de Hong Kong. Seus compromissos internacionais incluem encontros e palestras na Nova Zelândia, Austrália, Finlândia, Suécia, Noruega, Holanda, Espanha, Chipre, Canadá, Singapura, Islândia, Estados Unidos, Brasil, Portugal e Jamaica.

Resumo e crítica referente à obra:



Swanwick (2003) em seu texto “Música como cultura: o espaço intermediário”, faz uma crítica em relação à restrição cultural imposta por educadores e instituições de ensino frente à música. O texto é divido em seis partes: uma breve introdução e mais 5 tópicos denominados “Todos nós temos um sotaque”, “O espaço intermediário”, “O foco na educação musical”, “Signos e símbolos” e “A subcultura da música escolar”.


Na introdução, o autor faz uma breve contextualização da música nos vários tipos de cultura, comparando nossa terra natal à nossa cultura musical predominante. Devemos dar destaque não somente à nossa cultura adquirida ao longo dos anos, mas também à vastidão existente nesse mundo afora.


No 1º tópico o autor nos traz uma definição metafórica brilhante de sotaques no meio musical. O sotaque é visto como uma linguagem musical em determinado contexto social. Uma banda de rock se expressa, isto é, traduz sua expressão artística de forma diferente de uma orquestra sinfônica. Cada um tem sua cultura determinante e seu processo de estudo inerente ao estilo que contempla e reproduz.


No tópico 2 referente ao espaço intermediário, há uma argumentação sobre a música como meio de reflexão e não meramente uma expressão de papéis ou prescrições estáticas e restritas à uma vertente. A música vai além do fazer, transcende além dos espaços meramente padronizados, indo além do horizonte da criação. Não traduzimos a música para o ambiente apenas por questão cultural e/ou física e sim por reflexão crítica do que fazemos, queremos, contemplamos. Uma formação musical ocorre não apenas no espaço na qual ela foi criada, pode ser praticada em diversos contextos sociais.


Já no 3º tópico “O foco na educação musical”, retrata a música como uma forma de comprometimento com as culturas e o diálogo entre elas para consequentemente legar uma geração de músicos mais reflexivos e abertos à mudança. A música deve ser contextualizada, sendo que a educação musical deve incluir o aprender a fazer musicalmente.


O item relacionado aos signos e símbolos trata de suas definições e relações com o mundo da música. Os signos expressam a musicalidade quando expressam algo ou são provocativos de alguma reação. Possuem desta forma representações metafóricas e de comunicação restritas, limitadas. Já os símbolos, representam tanto a transmissão como a transformação cultural, isto é, são passíveis de mudanças, reflexões.


A “Subcultura da música escolar” pode ser pobre musicalmente e ainda não ter autenticidade em sua consecução. Desta forma, a subcultura nos coloca frente a um espaço formal formados por grupos caracterizados por seu foco educacional. Mas, na verdade para se ter uma educação musical efetiva e eficaz, é necessário que se preze a qualidade do comprometimento musical., devendo utilizar de formas vivas e ricas, não limitando a apenas uma função social.


Ser intérprete, neste caso, é expressar aquilo que os signos e símbolos apresentam de modo a interpretar e ir além da técnica, traduzir a música em ação reflexiva, contemplativa e exploradora de novas culturas, sensações e perspectivas. Não basta apenas ler a obra, ou reler, e sim buscar do íntimo o modo como executar e transpor os signos e símbolos musicais.


Nesta perspectiva, a educação musical entra como uma ferramenta primordial não somente na transmissão de conhecimentos, mas um aliado na construção dialética e reflexiva da práxis musical. Tal disciplina deve contemplar as distintas faces da música abrindo espaço à novas idéias e transcendendo culturas na teorização e prática musical. A música é tanto importante à composição de ambientes, aflorar de idéias, sensações, emoções, como também um meio de discutir a práxis da musicalidade.

Pontos fundamentais para a prática da arte/educação

Acredito que os temas transversais são muito importantes na prática da arte/educação. Os temas transversais contribuem na formação dos alunos de maneira geral, pois pode-se trabalhar diversos aspectos inerentes do convívio em sociedade, tais como, ética, sexualidade, meio ambiente, dentre outros fatores de ordem social, política, econômica e cultural da atualidade. É importante conscientizar os alunos para a realidade social, desenvolvendo neles o aspecto crítico e participativo, para atuar na sociedade de forma ativa, visando a construção de uma nova realidade. É importante também o estabelecimento da relação entre a produção escolar e social, pois a aprendizagem passa a ter sentido para o aluno à medida que este pode relacionar o que aprende com o que acontece na verdade “lá fora”, estabelecendo relações. Por fim, o aluno deve experimentar a arte de criar, a arte de apreciar e a arte de contextualizar, para que venha a vivenciar a arte por completo. Deve desenvolver habilidades e criatividade para que possa criar, dando a sua contribuição para a sociedade. Deve saber apreciar, valorizando a arte do outro, atuando de forma crítica, descobrindo elementos novos a partir do já existente. E ao fim, contextualizar, pois sem ela não existe sentido na arte.

Principais tendências teórico-metodológicas de acordo com o PCN Arte




Pelo PCN Artes, podemos relacionar várias tendências teórico-metodológicas no ensino de Artes nas escolas. Tendo em vista a atual sociedade, com seus progressos e avanços científico-tecnológicos, o alto grau de disparidades sociais, a competição no mercado de trabalho e tantos outros aspectos inerentes à sociedade e seus problemas, as crianças e os jovens devem ser preparados para enfrentar esta nova realidade. Portanto, em primeiro lugar, observamos a preocupação na formação de cidadãos autônomos, críticos e participativos, aptos para ingressar no mercado de trabalho e atuar na sociedade de forma a contribuir na construção de uma nova realidade, respeitando as diversidades regionais, culturais e políticas. Com isso, enfatiza-se que os alunos se apropriem de conteúdos sociais e culturais de maneira crítica e construtiva. Para isso, é enfatizado o relacionamento contínuo e flexível com a comunidade, pois favorece a compreensão dos fatores políticos, sociais, culturais e psicológicos que se expressam no ambiente escolar.


Além da formação de cidadãos críticos e participativos na sociedade, também verificamos as capacidades relativas aos aspectos cognitivo, afetivo, físico, ético e estético, necessários para o exercício da cidadania.


Sendo a área de Arte constituída pelas linguagens artísticas como as Artes Visuais, a Música, o Teatro e a Dança, seu ensino visa a formação dos indivíduos para criar, se expressar e apreciar estas diversas linguagens. A pluralidade de ações, a ligação da arte com outras áreas de conhecimento, o estabelecimento de vínculos entre os conhecimentos escolares sobre a arte e seus modos de produção e aplicação na sociedade são alguns dos pontos importantes tratados no PCN Arte.


A Arte como garantia de uma aprendizagem contextualizada em relação aos valores e modos de produção artística nas diversas épocas e meios socioculturais; o fazer artístico como desenvolvimento de potencialidades como percepção, intuição, reflexão, investigação, sensibilidade, imaginação, curiosidade e flexibilidade; o fazer artístico como experiência de comunicação humana e de interações no grupo, na comunidade, na localidade e nas culturas; a experiência do fazer, a experiência do apreciar e a experiência do contextualizar, todos estes representam aspectos considerados como fundamentais no ensino de Arte.


Podemos dizer que a escola deve garantir um conjunto de habilidades que possibilitem ao aluno ter base suficiente para seguir no caminho do saber, apreciar e fazer artístico, atuando na sociedade de forma permanente, crítica e participativa.

Ciberespaço: democratização do conhecimento na EaD


O ciberespaço se constitui como um espaço de comunicação no qual não há necessidade do homem físico para constituir a comunicação como fonte de relacionamento. A Educação à Distância (EaD), utiliza como ciberespaço as salas virtuais mediante fóruns de discussão, chats, entre outros numa rede interligada que visa um aprendizado virtual.

A EaD compõe uma das formas de aprendizagens inovadoras e de sucesso entre as diversas instituições de ensino pois se baseia no estabelecimento de relações acadêmicas em que a distância geográfica e limites fronteiriços até mesmo entre países não se constituem como barreiras para o acesso.

Essa nova forma de aprendizagem virtual depende de suporte físico tecnológico da internet. O acesso é global podendo ocorrer de qualquer parte do mundo; é público; interativo; milhões de pessoas podem se conectar através se conectar de vários tipos de máquinas computacionais; é econômico pois não há necessidade de deslocamento. O mundo está diante dos seus olhos sem a necessidade de sair de casa. Há a comunicação escrita e falada através das mídias e programas disponíveis para tal.

A interação de aprendizagem ocorre entre todos sendo cada um potencialmente emissor e receptor num espaço democrático e dinâmico. As relações não ocorrem mediante características geográficas, sociais, religiosas, políticas, e sim de acordo com categorias de interesses e afinidades eletivas.

Certas circunstâncias são evitadas a partir da EaD. Um exemplo simples é o fato de pessoas deficientes físicas se sentirem constrangidas ou mesmo serem vistas de forma preconceituosa por colegas ou professores na sala de aula. Outro exemplo clássico é o do indivíduo tímido que demonstra dificuldades de interagir com a turma e com professores prejudicando também seu aprendizado em aulas presenciais. Nesse caso, a EaD entra como uma forma de tal aluno se expressar e interagir melhor no ambiente de aprendizagem. Sabe-se que em determinadas regiões existem pessoas de outras culturas e países, como por exemplo, os mulçumanos que vivem no Brasil. Possuem sua cultura própria que não se iguala a do Brasil. Desta forma, como fornecer uma educação continuada à esse indivíduo sem modificar sua cultura predominante? A EaD entra como solução aos vários fatores que envolvem essa questão como a doutrina religiosa, constrangimentos, etc.

Estamos diante da globalização que nos indica novas maneiras de ensinar, aprender e interagirmos socialmente. O novo paradigma da educação indica uma sociedade dialógica, um indivíduo coletivo que percebe a importância do outro e da interdisciplinaridade. A EaD traz então a aprendizagem colaborativa a qual todos são importantes e envolvidos entre si independente de sua raça, religião, visão política e características físicas. Nessa perspectiva, estamos diante de um espaço virtual de aprendizagem fundamentado na parceria entre alunos, professores e sociedade em geral no espaço cibernético.

O ciberespaço de maneira geral tem contribuído para eliminar as diferenças e diversos tipos de preconceitos, pois todos têm o mesmo espaço e liberdade para participar e se comunicar. Quando uma tela de computador separa um indivíduo de outro, mesmo que as diferenças estejam presentes, mas não sendo visíveis, é o suficiente para tornar todos iguais e com isso ocorrer a aceitação de todos.

Ambiente digital: influências na leitura e escrita




Atualmente percebe-se que há uma gama de ferramentas disponíveis no mundo digital que facilitam a busca do conhecimento. A ampla base tecnológica que dispomos faz-nos refletir sobre o modo a que se dá esse processo e como ele influencia em nossa leitura e escrita.



É evidente que houve um avanço do conhecimento com todo o aparato tecnológico que dispusemos pois a informação é mais rápida de se obter. Basta um “clique” que encontramos o que procurávamos. A leitura tornou-se mais rápida e fácil, que por sua vez acelerou a busca e construção do conhecimento. Houve dessa forma uma democratização no acesso à várias áreas de conhecimento. São inúmeras as ferramentas e programas digitais que possibilitam a leitura (PDF, Word, Power Point, Isilo disponível para Palm e Pocket, ...) e até mesmo a decodificam (dicionários e tradutores online). Frente à tantas ferramentas de leitura o leitor pode ler um texto em sua integralidade captando a sua complexidade, ou então buscar resumos ou apenas a essência do mesmo texto obtendo dessa forma parte do conhecimento disposto e não obter a sua complexidade.



No entanto, uma boa pesquisa parte do princípio de que o sujeito pesquisador deve buscar o conhecimento e reinventá-lo de modo a contribuir com sua originalidade, permeando dessa forma idéias novas. E mediante essa rapidez e facilidade no acesso às informações, o que ocorre muitas vezes é a ociosidade e consequentemente a reprodução das idéias já existentes.



O mesmo ocorre nos sites de bate-papo quando os interlocutores acabam “assassinando” a língua portuguesa devido a pressa no diálogo, utilização de gírias e abreviações (você = vc; também = tbm; novidade = novi; como = cm...). Desta forma, muitos levam esse exemplo à sua vida escolar e até mesmo profissional pelo seu uso costumeiro.

A leitura e a escrita influenciam em nossa forma de expressar. Quanto mais lemos, mais amplo se torna o nosso vocabulário e consequentemente uma linguagem mais rica. Da mesma forma ocorre na escrita. Em contrapartida, quanto mais ociosos e adeptos da gíria, abreviação, escrita incorreta, mais erros cometemos em nossa forma de expressar e também em nossa leitura. “E vc, o q acha?” “Será q o importante eh conceguir se espreçar?” “Será preconsseito?” “Faze o q né, acontesse!”

Eis acima um exemplo gritante do que pode ocorrer com o mal uso das mídias digitais. Portanto, a tecnologia pode nos favorecer no sentido da facilidade e rapidez no acesso às informações, mas se não for usada adequadamente, poderemos nos “emburrecer” e denegrirmos a nossa própria imagem diante da sociedade ficando à margem de um grupo ignorante, desprovido de conhecimento.

Qualidades do educador musical


O educador musical deve agregar conhecimentos de variadas áreas bem como estar disposto a experimentar variadas possibilidades.


Música é algo a ser visto na dimensão humana, logo, o educador musical deve ter conhecimento não apenas dos elementos constitutivos da música, mas também da relação entre os elementos da natureza humana e dentre estes elementos estão os de ordem fisiológica, afetiva e mental. Sabemos ainda que a música é desenvolvida nos diversos aspectos: educativo, psico-social, terapêutico e até mesmo espiritual. O educador musical deve ter em mente o aspecto central que está sendo trabalhado, bem como os objetivos que se pretende alcançar, para que possa melhor conduzir o seu trabalho, com vistas a alcançar o resultado almejado. Cada aluno, situação, local, época, contexto social bem como outras variáveis são diferentes entre si, portanto, cabe ao educador musical o conhecimento destes aspectos a fim de adaptar o seu trabalho seja por aluno, ou em determinadas situações ou local, falta de recursos, época ou contexto social envolvido no processo. O professor deve se adaptar criativamente às condições de trabalho que surgirem. A educação não é algo estático e imutável.
O educador musical deve ter um profundo conhecimento logicamente da sua área de atuação, tais como as disciplinas e conteúdos da parte musical específica, assim como área pedagógica, pois não basta o conhecimento em si, o educador deve saber a melhor forma de passar este conhecimento de maneira que venha ser bem compreendido e de forma a estimular o seu aluno na busca pelo conhecimento. É muito importante que o educador musical tenha uma profunda experiência no contato com a música, pois como poderá ensinar algo que não experimentou?
O educador musical deve ter uma boa compreensão musical; competências técnicas; um sólido conhecimento de apreciação e percepção musical; estruturação dos seus elementos constituintes; história da música; conhecimento de repertório, a fim de facilitar na escolha para cada aluno ou situação e poder orientar melhor em cada situação; criatividade e capacidade inventiva. Todas estes elementos devem fazer parte da bagagem intelectual do educador musical, a fim de melhor conduzir o seu trabalho. Além dos elementos específicos da música, o educador deve estar sempre ligado às tendências atuais de ensino-aprendizagem, bem como as inovações tecnológicas afim de aprimorar o seu trabalho e se adequar ao ambiente dos alunos. O mundo está em constante mutação, logo é preciso uma constante reciclagem de metodologias e materiais utilizados na educação musical, para que se possa acompanhar o padrão de evolução da sociedade, tornando o estudo mais atrativo e interessante.
O educador musical deve ainda ser portador de um senso de organização, didática musical, planejamento e avaliação. Estes são elementos fundamentais para profissionais atuantes na área da educação.
Além do mais, torna-se importante o conhecimento psicológico das fases de desenvolvimento infantil e da psicologia da música, pois ao lidarmos com as pessoas, temos que estar cientes da fase de desenvolvimento em que se encontra, suas características, facilidades e dificuldades, a fim de verificar a melhor forma de conduzir o processo ensino-aprendizagem. Sabemos que cada faixa etária tem suas características próprias, portanto é importante este conhecimento para que o trabalho não seja conduzido de forma inadequada a cada idade.

sábado, 26 de junho de 2010

Nova Comunidade no Orkut




Olá, caros internautas!

Fiquem à vontade para visitar a nova comunidade do Orkut "Educação Musica", que pode ser acessada pelo endereço http://www.ort.com.br/Main#Community?cmm=103394725

Esta comunidade foi criada para a divulgação de eventos relacionados à Educação Musical que estão acontencendo ou irão acontecer no Brasil, além de compartilhar informações e materiais relacionados à esta área.
Não deixem de visitar e também participar.

Abraços!

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Inserção de Widgets no blog

Foram inseridos neste blog os widgets de imagem, lista de blogs, reportagem, widgets externo (HTML/JAVASCRIPT) que é o contador de visitas e colegas me adicionaram, aparecendo a guia seguidores. A imagem é importante, pois faz destaque para o conteúdo do blog, que é a música e assuntos a ela relacionados. A lista de blog foi inserida para que facilite, tanto para mim como autora do blog, quanto para os usuários deste, encontrar conteúdos relacionados de outros blogs. Acredito ser de suma importância o acompanhamento de notícias relaciondas ao conteúdo do site, por isso a inserção do widgets Reportagem. Por fim, o widgets externo (contador de visitas) é importante para o criador do blog saber o nível de interesse dos usuários através da visualização do número de visitantes.